segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

O Cachimbo Sagrado

Desde o momento em que a Grande Mulher Novilho Búfalo Branco apareceu à Nação Sioux, o Cachimbo vem sendo considerado uma Cura Sagrada, partilhada entre os Irmãos e Irmãs da América Nativa. Trata-se de uma forma de oração, que nos permite falar a verdade e curar relacionamentos feridos ou rompidos.Nós recebemos o Cachimbo para poder enviar nossas preces e manifestar nossa gratidão ao Grande Mistério e para simbolizar a Paz entre todas as Nações, Tribos e Clãs. O fornilho do Cachimbo representa o aspecto feminino de todas as coisas vivas e o tubo é o símbolo do aspecto masculino em todas as formas de vida. O simples ato de colocar o tubo no fornilho simboliza união, criação e fertilidade.Quando o Cachimbo está abastecido, cada pitada de Tabaco é abençoada, assim como cada ramo de Nossos Parentes é convidado a entrar no Cachimbo na forma de espírito para poder ser honrado e fumado. Honramos a Mãe Terra, o Pai Céu, o Avô Sol, a Avó Lua, as Quatro Direções, o Povo-em-pé (árvores), O Povo de Pedra, os seres de asas, os seres de barbatanas, os de quatro patas (animais), os rastejantes (insetos) a Grande Nação das Estrelas, Os irmãos e Irmãos do Céu, os povos subterrâneos, os seres do Trovão, os Quatro Espíritos principais (Ar, Terra, Água e Fogo) e todos os seres de Duas Pernas da família humana.Ao fumar o Cachimbo, é de suprema importância que cada pitada de tabaco colocada no fornilho seja fumada. Cada floco de tabaco assumiu um espírito em seu corpo e é honrado como sendo a essência de Todos os Nossos Parentes em sua forma. Se o fogo, que é parte da Eterna Chama da Vida, não toca nem incendeia o tabaco, o espírito que está lá dentro não pode ser libertado em fumaça. Se a fumaça não é aspirada pelo corpo, os espíritos de Nossos Parentes e de nossos Ancestrais não podem entrar em comunhão conosco. Esvaziar um fornilho que não foi totalmente fumado é cometer um grave erro e desonra os espíritos que vieram fumar conosco.

O uso irresponsável do Cachimbo Sagrado pode prejudicar a boa vontade dos espíritos em vir nos assistir na nossa busca de unidade.A fumaça que sai do Cachimbo representa prece visualizada e nos lembra do espírito presente em todas as coisas. Compreendemos que toda a vida provém do Grande Mistério e retornará a essa fonte original. Graças a essa compreensão. Graças a essa compreensão, sabemos que estamos todos juntos seguindo o mesmo trajeto, caminhando juntos em cada parte do Elo Sagrado ou da Roda da Vida.Toda vez que partilhamos o mesmo Cachimbo descobrimos a união com Todos os Nossos Parentes. A essência de toda criatura viva penetra em nós quando a fumamos e passamos a carregar seus espíritos dentro de nossos corpos. Somos lembrados de que a harmonia é alcançada através da união sagrada com todos os seres que nos cercam. Nunca pensamos que o espírito de qualquer forma de vida possa estar fora de nós mesmos, já que através do Cachimbo pedimos a eles que entrem em nosso Ser e dividam nosso próprio Espaço Sagrado e nossa experiência de vida.Os aspectos do ensinamento do Cachimbo que simbolizam a Paz são multifacetados. No mundo moderno muitas vezes olhamos para a paz como ausência de guerra, mas a Paz representa muito mais do que isto, dentro do nosso modo nativo de pensar. A paz é um modo de agir, saber, criar, ouvir, falar e viver. Em todas as circunstâncias a paz vem do interior de nosso próprio Ser. Essa paz resulta do equilíbrio de reconhecer e honrar as polaridades macho/fêmea, ensino/aprendizagem, humildade/orgulho e todos os outros aspectos do viver em harmonia. Não é algo que possa ser pesado, exceto pelo nosso próprio Ser. Se tivesse que haver uma medida, ela seria determinada pela capacidade do coração de permanecer aberto, sereno e livre de receios.

Extraído de Cartas do Caminho Sagrado – de Jamie Sams

Culpar a si mesmo é uma escolha

Culpa é a raiz de muitos sentimentos negativos. Culpa é uma armadilha do ego negativo e nos envolve em um ciclo vicioso. Por isso é preciso perdoar a si mesmo


Por Emilce Shrividya Starling


Quase todos nós que fomos educados sob a cultura ocidental temos marcados em nossa mente o sentimento de culpa.
Desde criança aprendemos a orar, "rogai por nós pecadores", "por minha culpa, máxima culpa", "eu não sou digno..." e assim este sentimento de culpa foi sendo enraizado em nós.
A culpa escraviza e aprisiona a vida do ser humano. Tira sua alegria e paz, gerando a autodepreciação, autodestruição, a vergonha, o medo.

Estamos nos diminuindo quando cultivamos padrões mentais negativos, hábitos errôneos de pensamentos, não nos aceitando, brigando conosco, nos criticando e punindo. Mas esta aversão sobre si mesmo não é a única escolha.

Precisamos compreender como nós nos oprimimos com nossa própria mente negativa, nos culpando e não nos perdoando.
Muitas pessoas têm mais dificuldade em si perdoar do que às outras pessoas. Elas se sentem paralisadas ou envergonhadas porque não se perdoam por suas falhas ou erros.
É importante perdoar as pessoas, mas é muito importante também aprender a perdoar a si mesmo.

Perdoar a si mesmo e não se culpar é entender que ninguém é perfeito. Todos nós cometemos erros. Em algum momento de nossa vida, fizemos algo errado ou deixamos de fazer algo. Isto é de nossa condição humana. Arrepender-se e reconhecer nossas falhas é humildade e nos motiva a corrigir os erros e agir corretamente no futuro.

Mas, ao contrário, se ficamos atormentados pela culpa, nos censurando, com aversão a nós mesmos, estamos nos autopunindo e causando dor a nós mesmos.

Quando me aprofundei nos ensinamentos do yoga, comecei a compreender que a culpa é a raiz de muitos sentimentos negativos e de sofrimento. E comecei esta limpeza interior de purificar o sentimento de culpa através da prática regular da meditação, do estudo das escrituras do yoga, da contemplação e da reprogramação do subconsciente.

Passei a perceber que a culpa é uma armadilha do ego negativo e nos envolve em um ciclo vicioso. Se nos culpamos por algum motivo, estamos dando força para o ego negativo e, conseqüentemente, cometemos novamente a mesma falha. E ao contrário, ao reconhecermos nossas falhas, ao pedirmos desculpas, ficamos livres do orgulho e, podemos assim, aprender com nossos próprios defeitos e erros.

Precisamos ficar livres do perfeccionismo, que é tão comum na cultura ocidental. Esse sentimento nos oprime, elimina nosso prazer pela vida, tira nossa autenticidade, gerando insatisfação e baixa auto-estima.

É uma etapa importante compreender o que é o auto-aperfeiçoamento: assumir nossos erros, sem culpa, entendendo que todos nós, seres humanos, cometemos erros. Não significa ser conivente com nossos erros, mas sim, com uma atitude sincera, arrepender-se e se corrigir. Com o auto-aperfeiçoamento, que é bem diferente do perfeccionismo, nós nos aceitamos e podemos nos perdoar, aprender e agir melhor no futuro.

Nada que fizemos no passado pode ser modificado. Apenas o momento presente está sob nosso controle e apenas o presente pode ser modificado. Entender isto e aplicar em nossas vidas é sabedoria e discernimento.

Podemos mudar nossas histórias de culpa por uma história de aceitação de nós mesmos. E para isto, precisamos de auto-esforço e determinação para limpar esse sentimento que nos foi transmitido e está registrado em nossas mentes.

Precisamos quebrar as correntes da autodepreciação, elo por elo. Parar de nos criticar, pois a crítica é como se nós batêssemos em nós mesmos, sem a menor complacência, sem compreensão ou bondade.

Compreenda que o não se perdoar apenas leva você mais profundamente para a tristeza e falta de entusiasmo.

O antídoto para o veneno da autodepreciação é a gratidão e o perdão a si mesmo. Ao agradecer e perdoar, você sintoniza com as energias divinas. E o contentamento surge, curando você com o bálsamo da serenidade.

Quando você se aceitar como verdadeiramente é, sem críticas, quando começar a se amar, você realiza as mudanças positivas que lhe transformam para melhor.

Experimente parar de se punir com suas crenças negativas. Perdoe a si mesmo e sinta como você vivencia a tranqüilidade do seu coração.

Como se perdoar e se aceitar?
Faça agora uma contemplação.
Dedique alguns instantes para você.
Sente-se confortavelmente na cadeira, com a palma das mãos para baixo sobre as coxas.
Feche os olhos. Relaxe seu rosto com um leve sorriso.
Respire lentamente algumas vezes.
Permita que a inspiração entre facilmente.Permita que o ar saia facilmente.
Entre assim em contato com seu espaço interior de tranqüilidade.
Com os olhos fechados, descanse o olhar no espaço interno entre as sobrancelhas, acalmando as ondas mentais e cerebrais.
Inspirando silenciosamente repita: Eu me amo.
Expirando repita mentalmente: Eu me aceito.
Inspirando mantenha o pensamento: Eu me perdôo.
Expirando sinta: Eu gosto de mim da maneira que eu sou.
Fique com você por alguns instantes, respirando naturalmente e mantendo estas palavras em seu coração.Sinta um sentimento de compaixão e aceitação por você mesmo.
Ao perdoar a si mesmo você se acolhe, se aceita, se abraça. Gosta de sua própria companhia. É bondoso com você mesmo e, pode estender este perdão aos outros.
Aprenda a saborear a vida mais pacificamente. Libere o passado, com bondade e sabedoria, abrindo seu coração para cada novo momento precioso da vida. Namaste!
Deus em mim saúda e agradece Deus em você!

Fique em paz